Dia Nacional da Farmácia: conheça a história das farmácias no Brasil
Aproveitando a celebração do Dia Nacional da Farmácia, vale conhecer um pouco da história de como surgiram esses estabelecimentos tão essenciais, que estão entre os mais antigos da humanidade. Sabe-se que as primeiras boticas surgiram ainda no Brasil colonial, com a chegada dos jesuítas ao país. Naquela época, os “boticários” eram uma mistura de médicos e farmacêuticos, pois tratavam os doentes e também manipulavam fórmulas medicinais para curar doenças.
Com o passar dos anos, o trabalho foi se aperfeiçoando, as faculdades de Farmácia e Medicina se consolidaram e as farmácias se transformaram até se tornarem o que conhecemos hoje. O surgimento da indústria farmacêutica brasileira, no início do século XX, permitiu a fabricação de medicamentos em larga escala, mas as farmácias de manipulação, que oferecem terapias personalizadas, feitas sob demanda, permaneceram fortalecidas e hoje compõem o mercado magistral. O setor é essencial para garantir o avanço da medicina e das terapias personalizadas e representa uma importante fonte de inovações terapêuticas.
Confira a linha do tempo abaixo e entenda um pouco mais sobre os principais marcos da história das farmácias no Brasil:
1549: Os primeiros jesuítas chegam ao Brasil colonial, fundando colégios de catequização onde surgiriam os primeiros responsáveis pelo cuidado de doentes e preparação de remédios.
1553: O jesuíta José Anchieta chega ao Brasil e funda diversas boticas, as farmácias daquela época. Ele se destaca como um dos primeiros boticários e estudiosos de plantas medicinais brasileiras e fórmulas de medicamentos. Nessa época, a medicina e a farmácia eram uma só profissão e o aprendizado dava-se na prática, nas boticas. Os boticários experientes eram avaliados pelo físico-mor do Reino e obtinham uma “carta de examinação” para exercer suas atividades.
1604: A partir desse ano, as boticas foram autorizadas a se transformarem em comércio, dirigidas por boticários aprovados em Coimbra.
1808: É fundada a primeira escola de medicina e farmácia no Brasil, com a chegada da Família Real portuguesa. Lá, médicos e boticários aprendiam a manipulação e a terapêutica médica da mesma maneira.
1832: Após a reforma do ensino médico, foi fundado o curso farmacêutico, ainda vinculado exclusivamente às faculdades de medicina brasileiras.
1839: Criou-se a Escola de Farmácia de Ouro Preto, a primeira faculdade independente do curso de Medicina no Brasil.
1857: Os comércios de boticas passam a ser conhecidos como farmácias após o decreto 2055, que permitiu que farmacêuticos e não habilitados pudessem continuar com a atividade de boticas no Brasil.
1945: Após o fim da 2ª Guerra Mundial, começam a surgir as primeiras indústrias farmacêuticas, que passam a produzir a maioria dos medicamentos.
1960: É criado o Conselho Federal de Farmácia (CFF) e os Conselhos Regionais de Farmácia (CRFs), para zelar pelos princípios da ética e da disciplina da classe dos que exercem atividades farmacêuticas no Brasil.
1986: É fundada a Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), para valorizar cada vez mais as farmácias de manipulação e o mercado magistral brasileiro.
1990: Após diversas ações de conscientização promovidas pelo CFF e CRFs para destacar o papel social do farmacêutico, a manipulação ganhou ainda mais valor e ocorreu um “boom” de farmácias magistrais no país. A assistência farmacêutica e a atenção farmacêutica passam a constar em normatizações como extensões do direito constitucional à saúde.
2002: É concretizada a Proposta de Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica, que introduz noções para exercer essa nova prática de acordo com as particularidades do país.
2020: Até os dias atuais, esse setor se mantém como referência em inovação e tratamento personalizado, já que nessas farmácias o medicamento continua sendo formulado de acordo com as necessidades específicas de cada paciente.